OS DESAFIOS ENFRENTADOS NA AMAMENTAÇÃO
Amamentar é um dos momentos mais esperados da maternidade, já que o leite materno é indicado como alimentação exclusiva para o bebê até 6 meses de idade. Embora o acesso às informações tenha se tornado algo positivo nesse sentido, muitas mamães se sentem perdidas em meio a tanto conteúdo: será que eu estou fazendo certo?
Além de informações, as redes sociais também estão cheias de posts que romantizam o ato de amamentar como sendo um ato de amor. Porém, essa afirmação ignora as mamães que são impossibilitadas de amamentar seu bebê por inúmeros motivos, um deles é bem dolorido: as rachaduras, fissuras e assaduras no bico do seio.
“Minha amamentação foi um pouco difícil no começo.Mãe de primeira viagem. Logo no hospital os seios já começaram a doer e assaram.” (Francine, mamãe da Carolina)
(Imagem: Michele e Miguel, 2 meses. João e Marina Fotografia, 2019)
“Foi forte a experiência. Com meu primeiro filho, Emanuel, meu bico do seio ficou tipo rachado. Quando ele ia mamar, sangrava e a dor era insuportável.” (Cristiane, mãe de 4).
(Imagem: Cristiane e Rafael 9 meses. João e Marina Fotografia, 2019)
Os especialistas recomendam o preparo do seio ainda durante a gestação. Banhos de sol nos seios, fricção nos mamilos com uma toalha durante o banho, dormir sem sutiã, são técnicas que deixam o bico do seio mais enrijecido e resistente. Porém, quando as rachaduras já estão presentes, outras medidas devem ser tomadas, como passar um pouco do próprio leite nas rachaduras após a amamentação. O leite é um bactericida natural e a própria gordura age como um hidratante. É importante higienizar com água morna e evitar sabonetes, pois podem deixar a região menos hidratada. Não utilize pomadas sem antes passar pela orientação médica.
O uso de conchas, bico de silicone pode parecer uma alternativa, mas atenção: a utilização desses utensílios não é indicada pelo Ministério da Saúde, pois além de “abafar” o seio machucado impedindo sua ventilação, acaba impondo uma barreira física entre a mamãe e o bebê.
“Melhor sensação da Vida e mesmo tendo amamentado duas vezes, cada uma foi única. Cada bebê reage de um jeito. Tem seu jeito único naquele momento. No início tinha medo, doeu até acertar bem a pega do bebê.” (Gabriela, mamãe do Vicente e do anjinho Arthur).
(Imagem: Gabriela e Vicente, 10 meses. João e Marina Fotografia, 2019)
Outro ponto importante que pode interferir no sucesso da amamentação é a pega.
“Escolha um ambiente tranquilo, uma posição confortável e torne aquele momento prazeroso. Não desistam, por mais que seja difícil e muita dor no começo, não desistam. É tudo novo e a gente vai tendo mais prática e confiança a cada mamada.” (Francine, mamãe da Carolina)
É muito importante posicionar o bebê da maneira certa: encaixe na altura do mamilo, isso vai facilitar o movimento de sucção. A barriga do bebê deve estar na direção da barriga da mamãe e a boca dele deve cobrir toda a auréola, ou seja, o bico do seio da mamãe deve estar no céu da boca do bebê.
Aqui, você pode descartar o medo de amamentar caso tenha o bico do seio pequeno, pois toda a auréola é utilizada durante as mamadas. Dessa forma, o narizinho do bebê fica livre para a respiração e evita que ele engula ar durante as sugadas. Segure o seio com a mão em forma de C, com o polegar na parte superior. A movimentação é mais precisa assim. Evite segurar em forma de tesoura, usando apenas dois dedos.
(Imagem: Michele e Miguel, 2 meses. João e Marina Fotografia, 2019)
“No início achava que tudo iria fazer mal... Fui muito restritiva, mas depois comecei a comer, percebi que era a mesma coisa. Então, por fim, para mim, comendo ou não comendo chocolate, por exemplo, ele reagia da mesma forma. Depois de quase um mês, comecei a comer normal e foi assim a experiência mais apaixonante da vida.” (Scheila, mamãe do Augusto)
A alimentação é outro ponto a ser observado, mas nada de pânico. Basicamente depende de como o bebê reage ao que a mamãe come. Alimentos estimulantes como aqueles que contém cafeína ou leites e derivados, oleaginosas, soja dentre outros com elevado potencial alergênico não são indicados em altas concentrações. Se consumir, procure não misturar para poder identificar o que causa irritação gastrointestinal ou reação alérgica no bebê para evitar o consumo.
Sabemos que é uma fase bem cansativa e exaustiva no início:
“Dor, muitas dúvidas quanto à frequência, quantidade, cuidados... Mas é preciso conhecimento, apoio e paciência. Com os dias e persistência, vai ficando mais natural.” (Luana, mamãe da Isabela)
“O mais difícil foi o cansaço: o bebê fica sugando durante uma hora, aí quando você acha que vai descansar, ele quer mamar de novo. Foi bem exaustivo durante um mês. Mas as fissuras saram, o tempo das mamadas diminui e é só amor.” (Ana Paula, mamãe do Benício e mais um no forninho)
(Ana Paula e Benício, 10 meses. João e Marina Fotografia, 2020)
Mesmo com os desafios da maternidade real enfrentando dor, cansaço, acordando de hora em hora de madrugada parar amamentar, a satisfação é a mesma:
“Foi uma sensação única, sentimento genuíno de estar alimentando um serzinho que saiu da minha barriga tão frágil e indefeso. Parecia que estávamos conectadas, trocávamos energia e me sentia muito forte. Dali em diante soube que enfrentaríamos o mundo juntas pra sempre!” (Tainá, mamãe da Lara)
( Imagens: Maiara e Theo, 10 meses; Josana e Arthur, 7 meses; Joice e Básbara, 4 meses; Valéria e Angelo, 10 meses. João e Marina fotografia, 2019)
"A melhor experiência! Mesmo sendo mamãe de prematuro, comecei a amamentar dentro da UTI Neo Natal, a sensação era tão boa que a vontade era de ficar ali e amamentar todo instante. Depois de alguns dias voltamos para casa e mais uma adaptação, pois amamentava com bico de silicone e translactação. A cada pega sem o bico era motivo de muita comemoração. Tive fissuras no peito, mas não desisti. Além das circunstâncias, me mantive firme no meu objetivo e consegui. Amamentar foi e é a melhor coisa. É um momento só nosso, é troca de carinho, de amor. É a mais pura e sincera troca de olhares cheias de amor.” (Tais Selau, mãe do Antônio)
“Graças a Deus as dores foram diminuindo, o seio foi ficando resistente, menos sensível e lá se vão 6 meses e 10 dias de livre demanda e seguindo! Resistência e muito amor para essa fase! Ela passa, e se torna prazerosa! Porém o importante sempre vai ser alimentar os nossos anjinhos, não importa a forma, todas são valiosas e de amor imensurável!” (Jéssica, mamãe do Luiz Benício).
E é exatamente isso: não existe fórmula mágica para uma amamentação de sucesso.
(Imagem: Elisa e Aurora, 4 meses. João e Marina Fotografia, 2019)
Cada bebê é único assim como cada mamãe é única. Lembre-se que alimentar o seu bebê é o que realmente importa, independentemente da forma. Tudo bem se você sentir muita dor e não conseguir amamentar, existem inúmeras fórmulas e suplementos para te auxiliar nesse processo. Mantenha-se calma, evite comparações e não esqueça: quando nasce o bebê, nasce também uma mãe. Siga sua intuição!
Beijos babados, família João e Marina ♥